24 de janeiro de 2010

SÓ, MAS BEM ACOMPANHADO

Hoje, às 3,17 da madrugado do dia 10-03-2008, como sempre, estou só.
Pois é...

Como sempre, estou só
Mas, por mais paradoxalmente que seja
Estou só
Mas bem acompanhado
Acompanhado pelo universo
Conspirando ao meu favor
Pela música
Fomentando minha efervescência
Pelo Criador
Pela Lua
Pelo tema inspirador
Pelas estrelas a piscarem na rua

Estou só
Mas bem acompanhado
Por velhas lembranças
Pela vida
Em suas principais nuanças

Portanto...
Não tenha dó!
Por paradoxalmente que seja
Estou só
Mas, me divertindo.

Pense em mim
Como um menino
Garimpando preciosas palavras
Só pra te dizer
Que te amo enfim

Pense em mim
Como alguém querido
A prosear com amigos
À mesa de um de um bar
Bebendo palavras
Que volitam no ar

É claro,
Não estou num bar de verdade
Não tenho dinheiro
Meus amigos morreram
Não tenho idade
Meu corpo rotundo
Não agüenta mais
Toda cerveja do mundo
Mas, como quando era jovem,
Não quero que a noite se acabe
Quero lavrar minha última palavra
Só pra dizer
Eu te amo muito
Eu te amo tudo
Eu te amo fundo
Eu te amo mudo
Eu te amo profuso

Não tenha dó
Estou borracho
Ébrio de inspiração
Beba comigo
Um gole dessa piração

Estou farto de emoção
Entornemos juntos
Uma última frase
Que deixe patente
O quanto te amo

Eu, Rubens
(Digo – Te amo mudo – porque sinto-me como estivesse mudo, mesmo porque, quem amo não lê o que escrevo e eu amo todo aquele que me lê. Amo esposa, filhas netos, amigos, leitores. Mas eles não sabem disso. Portanto, é como se eu estivesse mudo para todos.
Enfim, já são 5,30 da matina e cabe mais um cigarro enquanto vou digerindo este último poema)

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