27 de junho de 2015

DISRITMIA

A poesia das minhas palavras fugiu
Fugiu porque me atolei no charco do compromisso
Matando a fome dos meus, tentando curar o que não posso
Fugiu por disritmia, descompasso com o passo do cosmo.
A poesia envergonhada de mim... Fugiu!
Fugiu porque me encarcerei aos apelos daqueles que não pensam senão em coisas
Preocupações miúdas do pensamento amiúde
Dinheiro, casa, trabalho, reparos, comida, vida corrida.
Minha alma desesperada clamava seja! Eu fazia ouvidos moucos
Os anjos bons que repetiam: escreva! Escreva! Foram-se aos poucos
As idéias que borbulhavam nos sonhos esfriaram
Agora,por ironia, só a terrível ansiedade me agonia.
Hoje até a criatividade ficou diminuta
O prazer do trabalho virou cansaço
Tudo demora, tudo me amola
Minha alma está longe, nem me escuta.
Espero que o Universo me redima com esta confissão
Me arrependo sinceramente por querer ser normal
Quero novamente ser o reflexo de minha alma e não do meu cérebro
Quero ser sensação, emoção,
Puro tesão
Amor
O velho Rubão.
Rubens Prata

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